terça-feira, 13 de setembro de 2011

Conselho n.º 2: compreender a câmara (continuação)


1. Os comandos da câmara: introdução

Decerto que a primeira reacção do neófito ao ver uma câmara evoluída será o de se interrogar: para que serve esta parafernália de botões? 
Não nos deixemos intimidar. Os botões importantes para começar a explorar a câmara são três; os demais podem ser descobertos mais tarde, gradativamente, à medida que o utilizador se vai familiarizando com a câmara. Nesta fase exploratória, os três botões que se devem descobrir - não é muito difícil... - são o interruptor ON/OFF, o botão de disparo e o selector de modos de exposição, todos eles situados na parte superior da câmara. Quanto aos dois primeiros, não há nada de especial a dizer: um serve para ligar ou desligar a câmara, o outro para disparar. Ressalvada a necessidade de, uma vez escolhido o objecto e o seu enquadramento, premir o botão do disparador apenas até meio para que a câmara foque o motivo, e só premir completamente depois da confirmação da focagem (isto pode parecer redundante, mas já vi fotografias desfocadas por não se observar este procedimento), não há nada de especial a assinalar quanto a estes comandos.
O selector de modos de exposição é bem mais complexo de compreender. Tipicamente, este selector é um disco rotativo situado na parte superior da câmara (semelhante ao da imagem acima) e tem marcadas diversas posições: AUTO, P, A, S, M, SCN. Alguns têm desenhos, como uma câmara de vídeo e uma série de ícones referentes aos modos «fáceis» de exposição. O meu conselho, a quem queira realmente tirar partido do investimento que fez com a câmara, é o de simplesmente ignorar estes modos «fáceis» e o modo AUTO. Estes são comandos para gente preguiçosa, não para fotógrafos. Com eles, quem está a tirar fotografias não é o fotógrafo, mas a câmara, que se substitui ao primeiro na escolha dos valores de exposição, que por seu turno são aqueles que o fotómetro entende serem os mais correctos - mas que podem não coincidir com a fotografia que o fotógrafo queria realmente obter. Para se manusear uma câmara de acordo com a intenção criativa do fotógrafo, os únicos modos de exposição que interessam são os que surgem no selector assinalados como P, A, S e M - ou, nas Canon e Pentax, P, Av, Tv e M. O resto é para quem teve uma câmara compacta e quer evitar o sobreaquecimento dos neurónios.
Esqueçamos, deste modo, os comandos redundantes e concentremo-nos naqueles que permitem ao fotógrafo ser ele a determinar os valores da exposição - e, consequentemente, a obter as fotografias que quer, e não as impostas pela câmara. Vejamos, de maneira sistemática, quais são estes comandos, conhecidos na gíria fotográfica por PASM:
  • No comando P, esta letra é a inicial de Programme (ou Program), que por seu turno é a abreviatura de Programmed Automatic Exposure («exposição automática programada»); 
  • A é a inicial de Abertura (Aperture), abreviação de «prioridade à abertura» (Aperture priority) (*);
  • S é a primeira letra do vocábulo Shutter, que literalmente significa «disparador», representando a expressão Shutter priority («prioridade ao disparo») (**);
  • M representa Manual, de Manual exposure («exposição manual»).
Nos próximos textos analisaremos o que são estes comandos, em que circunstâncias devem ser usados e quais as suas vantagens e inconvenientes.

(*)(**) Nas Canon e Pentax, A é substituído por Av (Aperture value) e S por Tv (Time value).

Sem comentários: