terça-feira, 21 de junho de 2011

PASM, parte 4

4. Modo M (Manual)

No modo M o fotógrafo tem o controlo total sobre a câmara e o processo fotográfico, apenas não podendo usar a compensação de exposição. É o fotógrafo, e não a máquina, quem decide qual a luminosidade da imagem e a velocidade do disparo. As fotografias tiradas no modo manual são pura e simplesmente melhores: eu sou daqueles que entendem que a fotografia tem de reproduzir o que o olhar vê, sem manipulações no Photoshop e sem a ditadura do fotómetro a dizer-me como a fotografia deve ser tirada; não tenho qualquer interesse em adicionar algo que não estava no enquadramento, nem em fazer fotografias que resultam em qualquer coisa completamente diferente daquilo que quis captar. No modo manual, acabaram as fotografias tiradas à noite com uma luz semelhante à do dia: um céu claro é um céu claro e um céu escuro é um céu escuro.
Posso narrar, a este propósito, um pequeno episódio: há exactamente uma semana, cerca das 21h30, saí para tirar umas fotografias. Estava lua cheia, uma lua lindíssima; como tenho uma lente 40-150 (equivalente a 80-300 no padrão 35mm), consigo captar objectos longínquos com um nível aceitável de pormenor e resolvi fotografar a lua. Tentei primeiro no modo P: o céu ficou azul como se fosse dia, e a lua uma mancha branca arredondada. Resolvi experimentar o modo A, mas nunca consegui que o céu perdesse aquele azul de meio da tarde; o modo S também não me ajudou, porque escolhia sempre uma abertura pela qual captava o máximo de luz. Quando mudei para o modo M, fiquei exultante: o céu era exactamente da cor que o via, e a lua aparecia com todo o pormenor, sem halos indesejáveis nem excesso de exposição.
Se acham que estou a exagerar, comparem estas fotos:


Esta foi a foto tirada no modo P; nos modos A e S (seleccionei 1/125 neste último), não notei grandes diferenças no visor, pelo que nem sequer me dei ao trabalho de disparar. Como vêem, se dissesse que esta é uma fotografia do sol, muitos poderiam acreditar.
Agora vejam o que aconteceu quando mudei para o modo M:


É um exemplo eloquente, não é? E ainda podia ter ficado melhor se dominasse a técnica fotográfica! (A propósito, a abertura é f 5.6 - o mínimo naquela distância focal de 150mm - e a velocidade 1/100.) Não ficou perfeita - mas indicou-me o caminho a seguir.
Referi, no início, que a única função que não se pode usar neste modo é a compensação de exposição. E está bom de ver porquê: se regularmos a abertura e a velocidade do disparo correctamente, a fotografia fica bem exposta, não necessitando de compensação.
Em poucas palavras: se querem imagens de qualidade e fiéis ao olhar do fotógrafo, fotografem no modo manual. Pode implicar muitas horas de treino, mas vale a pena. Se não estão convencidos, vejam estas fotos - tiradas sem grandes preocupações de qualidade de imagem - e comparem os resultados:
Modo P, f 2.8, 1/13s
Esta fotografia foi tirada às 21h37. Mesmo sendo esta a noite mais longa do ano, não estamos exactamente na Lapónia para ter tanta luz a esta hora!
Agora vejam um foto tirada um minuto mais tarde em modo M (e com a presença indesejada de uns patetas no enquadramento):

Modo M, f 3.5, 1/30s
Que mais é preciso dizer? M é a inicial de melhor!

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