domingo, 1 de julho de 2012

«Novo hardware encontrado»

Aconteceu o que era mais ou menos de esperar quando se fotografa RAW: o disco rígido do meu computador ficou cheio. Não ficou sem espaço, mas a barra que surge na visualização das propriedades ficou vermelha, avisando que estava quase a atingir o limite da sua capacidade.
Este é um dos grandes inconvenientes de fotografar RAW. Apesar de o meu computador ser uma máquina ainda bastante actual - pelo menos tão actual quanto um computador com três anos pode ser (e era uma bomba quando o comprei!) -, não há capacidade de armazenamento que resista quando se acumulam ficheiros com 16MB ou mais. Pior ainda quando os ficheiros são convertidos em imagens JPEG cujo tamanho médio anda pelos 5-6MB.
Isto deixou-me a pensar. Afinal de contas, tinha 37,2 gigabytes ocupados com fotografias - só as feitas com a Olympus, as da Canon ocupavam cerca de 4 gigas. É muito gigabyte: mais concretamente, era um terço da capacidade do disco rígido do computador, que tem uma capacidade de 116 GB. Levou-me a pensar na necessidade de tantas fotografias: não seria um enorme exagero? Praticamente deixei de fotografar em JPEG, porque o número de ferramentas de edição de imagem do DxO Pro 7 (e com o Lightroom seria a mesma coisa) é substancialmente maior quando se tratam ficheiros RAW, o que permite correcções mais eficientes. Porquê? E para quê? O meu lado prático, que nem sempre consigo calar, está sempre a lembrar-me que não sou nenhum profissional da fotografia, pelo que tudo isto é completamente desproporcionado, mas no fim a resposta àqueles porquês é sempre porque sim. Porque gosto tanto de fotografar e de fotografia que os meios que emprego - desde que razoáveis, sensatos e justificados - acabam sempre por valer a pena.  
Cheguei a um ponto em que só me restavam duas opções: ou deitava fora fotografias ou comprava um disco externo. Seleccionar imagens para eliminar seria um trabalho incrivelmente fastidioso: com 6659 fotografias feitas com a E-P1 e as cerca de 1700 com a Canon (das quais não me consigo desfazer, não sei porquê), demoraria tanto tempo a seleccionar fotografias para eliminar que ficaria cansado só de pensar nessa possibilidade. Optei pela solução mais simples - e também mais dispendiosa - e comprei um disco externo, um Western Digital My Book Essential de 2 Terabytes. A sua aquisição, que foi precedida de pesquisas exaustivas (como quase todas as minhs compras), levou-me a renunciar aos meus princípios e adquirir um bem de consumo num estabelecimento cuja publicidade, que passa antes das notícias da TSF, parece ter sido concebida por estagiários recrutados numa CERCI - mas a verdade é que comprei o disco com um desconto de trinta euros. O que não é mau, especialmente se pensar que me custou tanto como um disco de 1 Tera a preço normal.
O disco é interessante porque não é muito grande, e também não é feio: é revestido de acrílico preto, o que o torna discreto e elegante. Mas o mais importante é saber como funciona. Numa palavra: bem. Embora não saiba muito bem como avaliar algo que serve para armazenar ficheiros, posso dizer que, depois de ter armazenado todas as minhas fotografias, já processei algumas a partir do disco externo, só para experimentar. Não notei qualquer diferença no processamento, o que significa que o novo hardware não veio prejudicar o computador, nem o desempenho do programa de processamento de imagem. Trabalhar as imagens armazenadas no disco externo é igual ao que fazia quando as fotografias estavam no disco rígido do computador, o que era o mínimo que podia esperar. O que melhorou, e muito, foi o funcionamento do computador: ficou consideravelmente mais rápido depois de se ver livre de um terço da sua capacidade de armazenamento. O que, como não o uso só para fotografia, é um benefício absolutamente inestimável. Quanto à fotografia, os ficheiros de imagem não chegam a ocupar 1% do disco externo - o que significa que nunca mais vou ter de me preocupar com a capacidade de armazenamento. E, se o computador tiver algum problema, as minhas fotografias ficam devidamente salvaguardadas. O que é ainda melhor.

3 comentários:

Nuno Ferreira disse...

Foi uma boa compra. Estes discos são ligeiramente mais baratos pois têm um disco da série "Green", ou seja, são um pouco mais lentos de modo a garantir um menor consumo de energia.

Questiuncas disse...

Tenho dois discos externos e ambos são da WD, até ao momento não me deram problemas.
2 TB é muito, mas grão a grão enche a galinha o papo. . .
Que continues a encher o disco com boas fotografias.

Ricardo Salvo disse...

Caro Manuel Macedo, partilho consigo o workflow que uso para sua consideração: Compro discos de 1Tb, pequeninos, da Toshiba, que ficam bem alinhadinhos em qualquer estante (têm capa de pele e tudo). Mas deixemos a estética para outras paragens e vamos ao que interessa. Vou enchendo estes discos, e enchendo... e quando estão cheios, levam uma etiqueta a dizer "YYYY/MM a YYYY/MM" e são arrumados (estante ou gaveta, tanto faz). Para o computador, vou-lhes chamando "Galeria1", "Galeria2", etc., e programo o Lightroom para fazer sempre o encaminhamento das fotos da mesma maneira para estes discos (só tenho de fazer o Import e não tenho de me preocupar com mais nada). Paralelamente, subscrevi um plano ilimitado no Crashplan, que me cria uma réplica exata destes discos em cloud (a casa pode inundar, ter um incêndio, enfim, todas aquelas coisas que só acontecem aos outros).

Pode parecer que é um sistema caro, mas não é. Um disco de 1Tb (cerca de 100 euros) dá-me para cerca de um ano ou mais. O plano ilimitado de Crashplan custa 140 dólares por cada quatro anos. Acho que não é muito para o que este hobby merece. E o meu computador está limpinho e, consequentemente, sempre altamente funcional.

Cumprimentos,

Ricardo Salvo, um seu seguidor atraído ao seu blogue pelo layer de análise legal bem interessante que costuma fazer nos seus posts e que motivará uma análise para o qual o vou desafiar em breve.