Alguns poderão, malevolamente, pensar que, por aludir tantas vezes ao DxO Optics Pro 7, lhe faço publicidade. Honi soit qui mal y pense. Se escrevo tanto sobre este programa de edição de imagem, tal deve-se aos seguintes factores: a) é o programa que uso, e que escolhi depois de testes intensivos; b) é o melhor programa de edição de imagem que conheço; c) entendo que é injusto que um programa com esta qualidade seja quase inteiramente desconhecido em Portugal, país onde existe um verdadeiro monopólio do Adobe Lightroom (ou do Photoshop, em termos mais genéricos). Não tenho qualquer ligação aos laboratórios DxO nem nenhum interesse comercial nos seus produtos, nem estou aqui para alimentar uma guerra de programas de edição de imagem. Sei que os fanáticos da Canon têm uma embirração com os laboratórios DxO porque os sensores da Canon são avaliados com classificações inferiores aos da Nikon, mas esta é uma guerra estúpida na qual sou neutral. O que me interessa é os resultados do uso deste software, e reputo-os de excelentes. Não vou dizer que o DxO Pro 7 é melhor que o Lightroom; tudo o que posso dizer é que se ajusta melhor às minhas escolhas estéticas, à minha maneira de fotografar e ao equipamento que uso. Outros poderão ter uma opinião diversa, e ainda bem que assim é. Cada um deve poder escolher o software que melhor se adapte às suas necessidades.
O que me levou a escrever este texto não foi justificar a minha escolha nem elogiar o DxO Optics Pro 7. Faço-o porque, nos textos em que avaliei o programa (v. aqui, aqui, aqui e aqui), não resulta claro o seu desempenho na redução do ruído. A razão é simples - fotografo quase sempre com ISO 100, pelo que o ruído é tão escasso que mal se notam os efeitos da correcção. Contudo, é com valores de ISO altos que o Pro 7 mostra o que pode fazer na redução do ruído. Posso dizer que, de uma relativa indiferença pelos resultados obtidos, passei para uma aprovação sem reservas quanto ao desempenho do software neste aspecto fundamental da edição da imagem.
As imagens que se seguem são crops da fotografia do topo, feita no interior da Igreja Paroquial de S. Nicolau, onde tive de elevar a sensibilidade ISO para 800 de maneira a obter tempos de exposição que possibilitassem fazer fotografias nítidas sem usar tripé. O primeiro crop não tem qualquer tratamento, tendo sido convertido directamente de Raw para JPEG sem qualquer retoque; o outro foi extraído da imagem processada com o DxO Pro 7.
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Mesmo descontando a diferença de luminosidade das imagens, resultante da aplicação (automática) da predefinição do Pro 7, as diferenças são eloquentes. Para obter este resultado, mantive o filtro de ruído desligado e desactivei a função de redução do ruído na câmara. Na edição, apliquei um pouco de unsharp mask - já referi que esta função, no DxO, é a menos agressiva e mais eficaz que conheço: posso puxar pela intensidade quanto quiser sem detrimento da qualidade da imagem -, para dar um pouco mais de nitidez aos objectos. Não há aqui as manchas verdes, nem a pixelização excessiva do Lightroom; há uma suavização nítida dos contornos, tal como no Lightroom, que é o resultado da perda de definição causada pelo ruído de luminância, mas o pormenor é excepcionalmente bem preservado e sem aberrações resultantes da aplicação da redução do ruído.
O problema do ruído é um dos que me causa maiores preocupações. A Olympus E-P1 não tem um sensor capaz de lidar com o ruído de forma satisfatória quando se usam valores de sensibilidade ISO elevados, pelo que é crucial ter um bom programa de edição de imagem, que produza resultados satisfatórios neste particular. Penso que o exemplo que fica expresso com estas imagens fala por si. Se estivesse interessado, poderia imprimir esta fotografia (a original, e não o crop que apresento) depois de processada com o Pro 7. E este é um benefício evidente para alguém que entende que o destino último de uma fotografia é a impressão.
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