Quando acordei nesta manhã de 31 de Julho de 2012, senti-me de imediato envolto numa sensação de estranheza, desilusão e amargura: não tinha nenhuma mensagem de felicitações à minha espera; nenhuma carta, nenhum telegrama, nenhuma mensagem de correio electrónico. Nem sequer um simples SMS. Quando saí de casa, a minha desilusão cresceu e tornou-se tristeza: não havia cerimónias, fanfarras, nem confetti voando no ar ou majorettes desfilando em uniformes com mini-saia. Nada de hastear de bandeiras, discursos oficiais, medalhas ou condecorações. Nem sequer um rodapé nos jornais ou na televisão; ouvi, com ansiedade incontida, os noticiários da rádio, e nada - nem uma palavra.
Diria, pois, que esta efeméride passou largamente despercebida do público. Talvez - especulei - o facto de ela só a mim dizer respeito, e só para mim ter algum significado, tenha contribuído para que a data de hoje fosse um dia como qualquer outro para o cidadão comum. Daqui resulta, provavelmente, o facto de não ter havido qualquer espécie de reconhecimento público ou festejo. O que é, devo dizê-lo, profundamente injusto.
Uma das fotografias do dia 31 de Julho de 2010 |
A verdade é que comecei a fotografar há dois anos. Foi no dia 31 de Julho de 2010, um sábado, que comprei a minha primeira câmara, a Canon PowerShot A3150is. Já escrevi o suficiente sobre as minhas efemérides fotográficas aqui e aqui, pelo que não vou maçar ninguém com descrições daquilo a que, se acaso tivesse gosto por lugares-comuns, chamaria «o meu percurso»; o que me interessa é saber o que consegui ao longo destes últimos dois anos - para além de me ter tornado num tarado da fotografia.
A minha primeira câmara |
Também já narrei aqui as limitações da minha primeira câmara, que me levaram a adquirir o meu equipamento actual. Este último deixa-me satisfeito e, a despeito de algumas limitações, não sinto necessidade de mudar. Preciso apenas de uma ultra grande-angular, da ordem dos 12mm, para que o meu equipamento fique verdadeiramente completo, mas o que me interessa, neste momento, é fazer fotografias interessantes. Agora que o equipamento deixou de ser uma limitação, não tenho desculpas para fotografias banais ou desinteressantes. É nos conteúdos, mais do que nas técnicas, que quero evoluir.
As fotografias que faço hoje, essas, não me ficaria bem adjectivá-las; algumas satisfazem-me, outras não. Recebem muitas vezes reacções positivas, mas estas deixam-me sempre na dúvida se são sinceras ou se os juízos são proferidos por simples simpatia ou cortesia. Sinto sempre que posso fazer melhor, e vem-me com muita frequência à mente a frase de Imogen Cunningham: «a minha melhor fotografia é a que vou fazer amanhã».
As únicas coisas que sei ao certo, ao fim destes dois anos, é que me envolvi no hobby mais interessante do planeta, e que quero continuar a fotografar e a aprender. Porque a estrada a que me referi mais acima, além de ser longa, sinuosa e cheia de dificuldades, não tem fim - nem saberia bem percorrê-la se o tivesse.
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