terça-feira, 30 de agosto de 2011

Focagem manual nas Olympus Pen

Já referi aqui que sou um fotógrafo da era da focagem automática, apesar de ter nascido e crescido na era analógica. A focagem manual ainda é muito errática, e os seus resultados frequentemente incertos, pelo que devo confessar que senti uma certa dose de frustração quando, ontem de tarde, tentei fazer fotografia de rua usando a focagem manual. Senti-me como a personagem Virgil, do filme de Woody Allen O Inimigo Público n.º 1, numa cena em que tentava tocar violoncelo numa banda durante um desfile...
Felizmente a Olympus teve a amabilidade de pensar nos maluquinhos que, como eu, insistem em usar lentes de focagem manual nesta era de sofisticação robotizada em que até as lentes são altamente computorizadas. Há uma maneira de obter uma focagem manual precisa, a que a Oly chama, prosaicamente, «MF Assist». Esta função é activada, nas lentes do sistema Micro Quatro Terços, com um simples toque no anel de focagem, mas hoje descobri, com grande entusiasmo e excitação, que pode também ser accionada com lentes não motorizadas.
Não posso dizer que a função a que me refiro é muito simples, porque na verdade não é, mas é incrivelmente útil: permite aumentar até dez vezes uma área determinada da imagem, a partir da qual se torna muito mais prático focar - até porque, como já referi, o ecrã da minha E-P1 não tem uma resolução extraordinária, o que dificulta a obtenção de uma focagem exacta. Para aceder à função, pressiona-se o botão INFO, a vermelho na imagem, por cinco vezes (penso que é possível modificar esta configuração, mas implica uma penosa consulta do manual...) até surgir um pequeno rectângulo verde. Este rectângulo, que se pode mover ao longo da imagem, define a área que vai ser ampliada. Uma vez seleccionada a área, prime-se o botão OK (assinalado a azul na imagem): a área é ampliada dez vezes, embora se possa reduzir o factor de ampliação para sete. Depois é só rodar o anel de focagem até o objecto ficar nítido. Está bom de ver que isto não serve para objectos em movimento, mas é útil e bem pensado.
Ainda bem que a Olympus teve a amabilidade de oferecer esta função. A sua inclusão reforça a minha convicção de que, apesar de todos os defeitos que lhe costumam apontar, a E-P1 - tal como a sua irmã E-P2 - é uma câmara extremamente bem concebida. O facto de se terem lembrado dos fotógrafos que possuem lentes antigas só abona a favor do fabricante.
Já que menciono o fabricante: a fazer fé em rumores que circulam na Internet, a Olympus vai alienar o negócio das câmaras à Panasonic, famosa pelos seus aspiradores e pilhas. Espero que o boato não se confirme. Seria muito triste que um fabricante com quase cem anos vendesse a sua história de produtos extraordinários a uma marca tão foleira. Era como se a Hyundai comprasse a Alfa Romeo... 

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