terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O meu equipamento (atualizado)

O segundo texto deste blogue foi sobre o meu equipamento. Para quem clama que o equipamento é secundário, esta é uma verdadeira manifestação de coerência... na verdade, aprendi que o equipamento não é o mais importante durante a minha aprendizagem (que ainda não acabou), e naquela altura estava entusiasmado com a recente mudança para uma câmara decente, entusiasmo que quis partilhar no ciberespaço.
Seja como for, hoje tenho mais equipamento que nessa altura e, de resto, ninguém leu aqui que o equipamento não é importante. É-o, mas sob condição de não deixar que se torne numa obsessão e de se ter em mente que o mais importante, em fotografia, é fazer fotografias. Desde o texto anterior, datado de junho do ano passado, o meu equipamento cresceu em quantidade e qualidade, pelo que, mesmo se é certo que escrevi sobre tudo o que adquiri em textos anteriores, fica aqui uma lista atualizada e respetivos comentários:

A câmara

Continua a ser a Olympus E-P1. Quero manter esta câmara enquanto ela durar. Tem caraterísticas fantásticas: as imagens saídas da câmara - i. e. não editadas - são excelentes, sendo mínimo o trabalho de edição que requerem. Por vezes pouco mais faço que aumentar um pouco o contraste, e há mesmo fotografias que vão para o Flickr tal e qual como foram descarregadas da câmara. As cores são excelentes: sendo saturadas, são precisas e naturais. A resolução é boa - se não mesmo muito boa -, mas noto que fica algo atrás das melhores DSLR. Os controlos são interessantes - a E-P1 controla-se como uma DSLR -, embora alguns comandos devessem ser mais acessíveis. Não gosto de ter de carregar cinco vezes num botão para obter a ampliação da imagem quando foco manualmente, nem de ter apenas um botão configurável. É uma câmara bonita (já houve gente que me veio perguntar se era uma Leica!) cujos únicos defeitos são uma certa tendência para aquecer em sessões fotográficas longas, o nível de ruído da imagem mesmo com sensibilidades ISO relativamente baixas (que pode ser controlado usando exposições corretas) e a ausência de um visor. Não sei se é uma sensação subjetiva causada por alguns artigos que leio na Internet, mas começo a sentir a necessidade de um visor - daí que, nos dois últimos fins de semana, tenha usado o VF-1 em conjunto com a lente de 17mm para que está calibrado. Quanto à beleza, uma vez comentei que era a câmara mais bonita do mercado, apenas superada pela Fuji X100 e pelas Leicas M8/9. Alguém de cujo bom gosto não duvido disse-me que a E-P1 era mais bonita que estas últimas. A E-P1 ficou em primeiro...

As lentes

Tenho nem mais nem menos que cinco lentes - e utilizo-as todas! A primeira, a que vinha na caixa com a câmara, é a 17mm/f2.8 Pancake. É uma lente barata, mas muito melhor do que se pode esperar de uma lente que vem com a câmara. É, possivelmente, a lente que mais utilizo, e é insubstituível para fotografia de rua. A segunda é a teleobjetiva zoom 40-150, que foi a mais cara de todas as que comprei. Requereu algum tempo de aprendizagem, e só aprendi a lidar com ela depois de ter o zoom 75-300 (ver adiante); agora que a compreendo melhor, tenho-a utilizado com muito mais frequência. Como todas as teleobjetivas, tem uma profundidade de campo reduzida e o seu desempenho óptico é afetado quando há neblinas na paisagem que se quer fotografar, tendendo para imagens pouco definidas e contrastadas. Dentro da sua utilização normal, porém, é uma lente de enorme qualidade de imagem por um preço muito interessante.
Depois há as lentes de focagem manual. A primeira foi a OM 28mm/f3.5, que me ensinou o que são a profundidade de campo e a focagem manual; depois veio a OM 50mm/f1.4, uma lente prodigiosa que considero ser a melhor de todas as que tenho, sejam automáticas ou manuais. E, já no início deste ano, comprei a mastodôntica Vivitar 75-300/f4.5-5.6, a única lente não-Olympus. Ainda não tiro partido dela como gostaria: preciso de um acessório que permita montá-la diretamente no tripé, porque o seu peso faz o painel dianteiro da câmara ceder, o que dificulta a focagem. Contudo, o alcance desta lente e a sua qualidade de imagem são verdadeiramente prodigiosos. Um autêntico telescópio.
Claro que, para montar estas três últimas lentes na câmara, preciso de um adaptador. As lentes do sistema OM não podem ser montadas diretamente na câmara por serem mais largas que a baioneta do sistema Micro 4/3; daí que tenha comprado o MF-2 da Olympus. Podia ter comprado mais barato, porque há inúmeros sucedâneos, mas este dá-me maiores garantias e é uma belíssima peça de engenharia de precisão.
A única lente que me falta é uma grande-angular na ordem dos 9-12mm. Uma fish-eye também seria interessante, embora o seu uso seja necessariamente limitado. Contudo, as lentes que tenho neste momento satisfazem praticamente todas as minhas necessidades, e todas são excelentes.

Os acessórios

Questão prévia: será que o tripé é um acessório? «Acessório» é o antónimo de «essencial», e a verdade é que é impossível fazer fotografias decentes à noite sem tripé. Aliás, até durante o dia pode ser útil. O meu tripé é um Triopo de fibra de carbono com cabeça separada. Foi, possivelmente, o melhor negócio que fiz depois da aquisição da câmara. A cabeça é outra obra prima de engenharia; a despeito de ser uma imitação de um modelo da Arca-Swiss, também é verdade que custa dez vezes menos que esta última. É incrivelmente versátil e precisa. Estou maravilhado com aquilo que este tripé leve, robusto e estável consegue fazer.
O acessório com que estou mais descontente é o flash, o Olympus FL-14. É bonito, e fica a matar montado na E-P1, mas é fraquinho (o GN 14 significa que não ilumina corretamente mais que uma trintena de centímetros a 100 ISO) e pouco útil para os géneros de fotografia a que me dedico. A Olympus tem agora um flash mais poderoso e mais barato, o FL-300R, mas quando precisei de comprar um flash este não estava disponível. A distribuição da Olympus em Portugal é execrável.
Tenho dois sacos (ou melhor: um saco e uma mochila) da Lowepro. Ambos são excelentes; a mochila permite-me acomodar todo o equipamento sem ter de o amontoar, o outro uso-o sempre que não necessito do tripé. São sacos versáteis, que podem ser configurados de inúmeras maneiras, com um acolchoamento que garante que o equipamento não será danificado em caso de embate. A mochila tem a vantagem suplementar de ser incrivelmente anatómica, permitindo fazer longas caminhadas sem dar pelo peso (5 quilos!) que carrego. Claro que ter uma mochila é a confissão de uma pequena derrota, porque contradiz os argumentos do peso e do volume que são enunciados quando se compara o sistema micro 4/3 com os DSLR - mas, se tivesse uma DSLR e cinco lentes com as caraterísticas das minhas, teria de deixar material em casa quando fosse fotografar.
Tenho também dois filtros polarizadores, um Hama de 37mm e um Hoya de 58mm, sendo que este último sofreu um pequeno acidente que o deixou riscado durante uma sessão fotográfica na Serra da Freita. Apeteceu-me espancar-me a mim mesmo! Tenho também um filtro UV de 49mm para as prime de 28 e 50mm, mas nunca me lembro de o usar. Sem esquecer o visor óptico VF-1, a que já me referi e que vou passar a usar sempre nas minhas sessões de fotografia de rua, a despeito dos erros de paralaxe. O cartão de memória é um Sandisk de 8 GB, e tenho ainda dois párassóis para as OM. Os restantes acessórios são um soprador Hama, uma escova para as lentes, um pano de limpeza de óculos (para o caso de alguma lente ficar seriamente manchada) e um cartão branco para calibrar o equilíbrio dos brancos nas poucas ocasiões em que o modo automático e as configurações da câmara produzem resultados insatisfatórios. Com todo este material, não tenho desculpas para tirar más fotografias - desde que a inspiração esteja presente, claro.

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