terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Nem de propósito

Como dizem os britânicos, somebody loves even the ugliest baby
Ontem, José Antunes, da FotoDigital, retribuiu o facto de eu ter estabelecido uma ligação para o seu texto sobre a Olympus E-M5 com uma ligação para o texto que escrevi sobre a Pentax K-01. O resultado foi ter batido todos os recordes de leitura deste blogue.
O que é interessante, nesta pequena troca de hiperligações, é que o texto no qual remeti para o artigo de José Antunes pretendia demonstrar a minha aceitação e respeito pelas opiniões alheias. A opinião de José Antunes nem sempre coincide com a minha, mas este facto não obsta à estima que tenho pelas suas ideias, nem a que o leia atentamente. Tal como J. A. tem sempre a amabilidade de responder, e por vezes alongadamente, às solicitações com que por vezes o maço.
Existe, deste modo, respeito mútuo, ainda que por vezes as suas opiniões sejam um pouco ácidas quanto à Olympus (em particular quanto à E-P1) e eu nem sempre as subscreva; mas, como referi ontem, ele está muito mais bem informado do que eu, tendo até uma história que vem de longe com a Olympus.
O resultado da ligação para o meu texto sobre o atentado ao bom gosto que a Pentax decidiu lançar no mercado foi, como disse, uma afluência fora do comum no meu blogue. O que eu, sinceramente, não esperava. O que era mais previsível era que, no meio de tantas visitas, obtivesse comentários negativos, mas não esperava que estes fossem insultuosos. Um leitor chamou-me «palhaço», outro apodou-me de «ridículo». A falta de respeito pelas opiniões alheias preocupa-me, mas ainda mais me transtorna a facilidade com que pessoas se permitem insultar outras apenas por estarem num meio virtual, onde entendem que tudo lhes é possível. Eu não insultei ninguém; apenas emiti uma opinião (a que muitos parecem ter achado graça) sobre algo que não é mais que um produto. Duas pessoas, porém, ficaram tão enxofradas com o meu texto que se sentiram na obrigação de proferir insultos pessoais. Como, até agora, tive cento e onze pessoas a visitar o texto, e apenas duas proferiram comentários desta natureza, devo ficar satisfeito por existir uma imensa maioria de pessoas educadas e respeitadoras em lugar de me alongar em generalizações sobre a cobardia de pessoas que insultam outras via Internet. Digo «cobardia» porque decerto não o fariam se estivessem face a face com o sujeito desses insultos.  Apesar de ter publicado os comentários - que não deixaram de levar resposta, embora sem me rebaixar ao nível patenteado pelos comentaristas -, vou ter de refletir sobre a minha atitude perante os comentários que me venham a ser enviados daqui em diante. Talvez venha a fechar o blogue a comentários, o que seria uma pena, pois gosto do feedback dos leitores. Selecionar comentários, publicando os favoráveis e deixando de fora os críticos, também me parece uma atitude pueril. Vou decidir mais tarde: neste momento estou mais preocupado com o estado de saúde do meu colega de escritório, que hoje sentiu uma indisposição grave. E com o tempo que estou a roubar ao trabalho para escrever aqui. Estas questões são mais importantes que máquinas ridículas ou comentários de gente destituída de educação.
Aqui está: eu a escrever sobre as virtudes da aceitação da diversidade de opiniões num dia, e a ser insultado no outro por ter formulado uma opinião...

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