segunda-feira, 28 de maio de 2012

Bulb

Anteontem, enquanto fazia daquelas fotografias com arrastamento das ondas do mar numa praia, dei-me conta que já não tinha condições de luz suficientes; já estava escuro, e os tempos de exposição pré-configurados já não chegavam para captar a luz que queria. Com uma velocidade do obturador de um minuto, ainda tinha a imagem sub-exposta. Resolvi usar algo cujo conhecimento era meramente teórico: o bulb.
O bulb é um comando do tempo de exposição pelo qual o fotógrafo determina a duração da exposição, premindo o botão do obturador (ou o do cabo disparador) durante o tempo que entender necessário. Teoricamente são possíveis exposições que podem prolongar-se até a bateria descarregar. Em regra, as câmaras têm tempos de exposição pré-definidos, que tipicamente vão desde 1 minuto até 1/4000 segundos; se forem necessários (ou pretendidos) tempos de exposição mais longos que um minuto, a solução é usar o bulb.
O resultado? As fotografias que faço nas condições que referi requerem alguma sobre-exposição. Quem as vir não dirá que são feitas à noite (ou ao lusco-fusco), mas são. Por vezes exponho a imagem em +2 EV (ou mais ainda), mas o resultado de usar o bulb é a obtenção de imagens completamente irreais, com uma luminosidade impossível. Julgo que o bulb é desnecessário, a menos que aquilo que se pretenda seja uma fotografia totalmente sobre-exposta, sem qualquer conexão com a realidade. Para fotografia nocturna, os tempos de exposição configurados pela câmara - e acreditem que um minuto é muuuuuuuuuuito longo... - são mais que suficientes. A menos, claro, que o efeito pretendido seja o de uma fotografia feita como se fosse de dia. Alguns poderão considerar o efeito fascinante; eu não.

Sem comentários: