terça-feira, 8 de maio de 2012

No meio da ponte

Ainda não é a conclusão definitiva, mas neste momento, apesar das muitas dúvidas que ainda subsistem, sinto-me mais inclinado para o DxO Optics Pro 7 que para o Lightroom 4.
Com o Lr4
Com o Pro 7
E porque estaria eu pronto para virar as costas àquele que é considerado o mais completo, flexível e poderoso programa de edição de imagem? Porque, com o DxO, obtenho resultados muito mais próximos das minhas ideias sobre fotografia do que com o Lr4. Tenho feito inúmeros testes comparando ambos os programas: edito a mesma fotografia, em formato raw, em ambos, e os resultados são consistentemente superiores com o Pro 7. E não - não faço batota, abstendo-me de empregar todos os recursos do Lr4 e usando o Pro 7 com mais diligência: explorei, em ambos, todas as curvas de tons, contrastes, exposição, equilíbrio dos brancos, controlo de altas luzes e sombras, etc. até obter imagens satisfatórias.
Sei que vai haver quem fique com os nervos em franja depois de ter lido isto. Ao ler este texto, alguns verão em mim um obstinado que se recusa a ver aquilo que se mete pelos olhos adentro de todas as outras pessoas, mas a verdade é que nunca fui do género de seguir tudo o que os outros dizem e fazem, e é muito frequente ignorar o senso comum. Fernando Aroso disse-me: «Compre uma Nikon!» Comprei uma Olympus. Se tivesse comprado a Nikon, hoje teria uma câmara que não seria apenas obsoleta (como a minha câmara admitidamente o é): seria também uma câmara ultrapassada. A E-P1 não está ultrapassada, porque é uma pioneira, uma câmara distinta e tem um desempenho idêntico ao da mais recente E-P3; a D3000, que é a Nikon que teria comprado, seria apenas mais uma entre milhões de câmaras idênticas, uma máquina anódina de que ninguém se lembrará dentro de dois anos. Também me disseram que devia ter comprado um VW Polo ou um Opel Corsa em lugar do meu Peugeot 206: os primeiros são carros alemães - logo, como é evidente e toda agente sabe, mais robustos e fiáveis. Não lhes dei ouvidos e, em consequência, hoje tenho um carro que ainda é bonito, de linhas bastante actuais, e que nunca me deu problemas, excepto os decorrentes da idade e da quilometragem. Um automóvel que é confortável, seguro e tem uma tenue de route exemplar.
Em ambos os casos, sabia exactamente o que estava a fazer. Não comprei a Olympus sem antes me ter certificado que era uma câmara com boa qualidade de imagem (e de construção, já agora), e optei por um Peugeot porque, tendo tido um Citroën que partilhava a mesma mecânica, e conhecendo proprietários de Peugeots, sabia, com um grau elevado de certeza, o que podia esperar. Nunca fui rico, pelo que as minhas aquisições são cuidadosamente ponderadas.
Com o Lr4: isto foi o melhor que pude fazer. Reparem no cartaz
logo à frente da rapariga e comparem com a imagem abaixo
Com o Pro 7: todas as tonalidades foram preservadas
na passagem para o preto-e-branco
Tergiverso. Nos testes que fiz, dos quais mostro aqui alguns resultados, dei frequentemente por mim a tentar reproduzir o que tinha obtido com o Pro 7 enquanto editava a mesma imagem com o Lr4. Fi-lo inúmeras vezes: de vez em quando, abria a imagem editada com o DxO para compará-la com o que estava a obter no Lr4; de seguida, tentava reproduzir os resultados da edição com o Pro 7 no Lightroom. Concluí que conseguia - mas com muito mais trabalho. Para obter uma imagem com o mesmo aspecto, demorava cinco minutos no Pro 7 e mais de um quarto de hora no Lr4.
Dei por mim a usar, inconscientemente, os resultados do Pro 7 como referência. Isto significa, não necessariamente que o Pro 7 é superior, mas que os resultados obtidos são mais satisfatórios. Ou, pelo menos, que me dão mais satisfação - porque estas coisas têm sempre uma elevada dose de subjectividade. O Pro 7 tem uma característica extremamente interessante, de que não me apercebi de imediato porque estava escondida num sub-menu: usa uma metodologia de edição que simula o efeito do HDR, indo buscar todas as sombras e todas as altas luzes presentes no ficheiro raw. Foi por este motivo que me queixei daquilo que pensava ser uma tendência para a sobre-exposição, mas estava errado: o que tinha era uma gama dinâmica mais extensa. E os resultados deste processamento são de tal maneira satisfatórios que não me surpreende que estivesse sempre a compará-los com a imagem processada com o Lr4 e a tentar imitá-los.
O Pro 7, contudo, não foi pensado para ser um programa, digamos, autónomo, de edição de imagem; é um programa concebido para ser, não diria um plug-in, mas uma espécie de preparação prévia da imagem a processar posteriormente no Lightroom. Este último será sempre o editor de imagem por excelência - mas a verdade é que o Pro 7, a despeito de algumas funcionalidades serem menos desenvolvidas e de ser, no geral, menos flexível, também oferece inúmeras possibilidades de edição, com resultados bastante satisfatórios. Afinal de contas, o que me preocupa não é tanto ter uma vasta gama de ferramentas e de botões para manipular, mas em que medida os existentes me podem ajudar a obter fotografias melhores.
Ainda tenho muito tempo para decidir o que fazer, mas vai custar-me muito abrir mão do Pro 7 se optar pelo Lr4. E vice-versa... nem o pobre tolo de Teixeira de Pascoaes, indeciso a meio da Ponte de S. Gonçalo de Amarante, se sentia tão confuso e dividido como eu neste momento.  

1 comentário:

Anónimo disse...

Se o Pro7 serve os seus intentos é esse que tem que seguir. Para si, pelos vistos, é o melhor. Temos que ajustar as ferramentas que usamos aos resultados que procuramos.

Gosto do seu blogue, parabéns.

Osvaldo