segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Experimentações

Experiência com a focagem selectiva
Já referi aqui que, em fotografia, nunca se deve ter medo de experimentar. As experiências não têm consequências negativas - não danificam a câmara, a lente nem o cartão de memória -, mas não experimentar pode ter o efeito de fazer o fotógrafo estagnar, conformando-se com um determinado nível de resultados.
Eu faço muitas experiências. Com um ano e dois meses de fotografia digital, e apenas cinco meses com uma câmara decente, é natural que encare a fotografia como um adolescente que descobre o prazer (não consigo acreditar que tenha escrito isto...). Faço muitas experiências: umas por tentativa e erro, outras já com um elevado grau de certeza quanto aos resultados. Experimento com a focagem, a abertura, a velocidade do disparo, o equilíbrio dos brancos e o ISO. Experimento até me dar por satisfeito com os resultados, mas por vezes decido experimentar mais um bocadinho - às vezes com êxito, outras vezes nem por isso. Não posso dizer que sou um fotógrafo experimental (ou melhor: experimentalista); na verdade, nem sequer sei se posso dizer que sou um fotógrafo. As minhas experiências são o resultado da curiosidade; são um meio para alcançar um fim - conhecer a câmara e as possibilidades da fotografia - e não um fim em si.
Quem diria que se podia tirar uma fotografia interessante da VCI?
Felizmente, algumas das minhas experiências têm resultados imensamente satisfatórios. Tomemos o exemplo da fotografia acima: aqui usei a câmara montada num tripé, com a teleobjectiva 40-150 (precisava de comprimir a perspectiva em largura) na distância focal mínima; a velocidade de disparo foi regulada, no modo manual, para 13", a abertura para f22 e a sensibilidade ISO para - sim, adivinharam! - 100. O fotómetro avisou-me que a fotografia estava subexposta em 2.3 EV, mas ignorei-o olimpicamente; a imagem tinha de ficar escurecida para que as luzes dos automóveis sobressaíssem. Para o equilíbrio dos brancos - que é uma regulação bem mais importante do que se possa pensar - escolhi Fluorescente 2, equivalente a 4000 Kelvins. Não ficou exactamente como esperava, mas considero esta, apesar de tudo, uma experiência bem sucedida que me confirma que vale a pena fazer experiências.

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