Importa dizer que o meu interesse por fotografia começou há pouco tempo. Na verdade, comecei a fotografar há menos de um ano. Comecei com uma compacta, porque queria ter uma câmara sempre à mão, mas descobri muito cedo que estas câmaras são demasiado limitadas. Ao fim de menos de um mês já queria algo melhor, o que me deixou perante um dilema: deveria comprar uma compacta melhor, ou dar o salto para uma reflex? O que eu queria mesmo era uma Leica M9, mas como não sou um milionário, estava fora de questão comprar uma câmara que custa mais de €5.000,00 (só o corpo) e que demoraria anos a entender.
O meu interesse por fotografia, movido pela recepção favorável das fotos que ia publicando no facebook ou mostrando a amigos, levou-me a despender horas na Internet, na qual vim a descobrir que havia um meio termo entre as compactas e as reflex (cujos volume e estética não me agradam): as câmaras do formato Micro Quatro Terços. Entre elas estava uma das câmaras mais bonitas que alguma vez tinha visto: a Olympus Pen E-P1, que comprei em Abril de 2011, depois de um flirt prolongado. (Podem ler as minhas primeiras impressões sobre ela aqui, aqui, aqui e aqui.) Com ela posso ter a portabilidade de uma câmara compacta com uma qualidade de imagem equiparável à das reflex e, sobretudo, tenho a possibilidade de trocar lentes de acordo com a minha intenção. Estes últimos atributos estão fora do alcance das compactas.
As minhas lentes são a a 17mm pancake (que nome ridículo para dar a uma lente...), que vinha com a câmara, e a 40-150, ambas da Olympus. Posso dizer que, apesar dos defeitos de ambas, estou satisfeito: uma permite-me fotografar paisagens e outros objectos com uma sensação extraordinária de profundidade e um nível excelente de pormenor, a outra serve-me para ir buscar objectos distantes e para obter uma profundidade de campo reduzida, ajudando a obter um efeito bokeh para destacar um objecto em relação ao plano de fundo. Não posso (nem quero) fazer grandes apreciações sobre elas, porque não tenho pontos de comparação: não sei se as lentes de outros fabricantes são melhores ou piores. O que sei é que, em matéria de distância focal, tenho um fosso de 23mm que mais tarde ou mais cedo vou ter de preencher. Já tenho uma ou duas hipóteses em mente: ou a Olympus 14-42 - mas tem de ser a versão mais recente, porque experimentei a original e não me agradou -, ou a 25mm que a Panasonic desenvolveu em colaboração com a Leica.
Na semana passada comprei um acessório essencial (se me permitem o paradoxo): um tripé. Mais concretamente um Manfrotto MK393-H. Embora as suas pernas vibrem como as cordas de um contrabaixo quando estão totalmente estendidas, é um tripé de qualidade mais que aceitável que tem uma enorme vantagem: permite tirar fotografias na vertical. O tripé é importantíssimo quando se pretende tirar fotografias nocturnas, ou em condições de pouca luz: não há estabilizador de imagem que o substitua. Por mais firmes que sejam as nossas mãos, há sempre movimentos ligeiros que se transmitem à câmara, arruinando a fotografia com arrasto de pontos luminosos e excesso de ruído. Claro que é mais um objecto a transportar, pelo que o tripé levanta objecções a muita gente, mas sem ele é impossível tirar boas fotografias à noite.
Tenho também um saco apropriado para fotografia. Como é praticamente impossível comprar material da Olympus em Portugal, cansei-me de esperar pela encomenda de um saco feito à medida para a Olympus Pen e comprei um Lowepro. Não é tão bonito como os da Olympus, mas permite acomodar a câmara e as lentes. Um bom saco é extremamente importante: deve ser de tamanho suficiente para todo o material e deve ser construído com materiais resistentes ao choque e às condições atmosféricas. Deve ser acolchoado, para amortecer eventuais impactos, e empregar materiais impermeáveis. (Um conselho útil: usem aqueles saquinhos de gel de sílica no compartimento das lentes. Ajudam a absorver a humidade e, com isso, prolongam a vida das lentes.)
Tenho também um visor óptico, o Olympus VF-1, que fazia parte do kit da câmara, mas raramente o uso: fotografar através dele induz erros de perspectiva. É útil quando a luz é demasiado intensa e impede uma correcta visualização do ecrã, mas de pouco mais serve. Mesmo assim é de salientar a sua cristalinidade e transparência. E tenho um objecto quase insignificante, mas fundamental: uma escova para lentes. Custou-me cerca de €7, mas é, possivelmente, o mais importante dos acessórios.
Apesar de satisfeito com este equipamento, não pude deixar de me sentir um pouco ridículo quando, armado de saco e tripé para uma sessão de fotografia, ouvi um dos meus sobrinhos comparar os fotógrafos aos pescadores...
Sem comentários:
Enviar um comentário