Ponte D. Luiz II, Porto. Tirada na posição P |
Uma das grandes vantagens dos sistemas fotográficos com objectivas intermutáveis sobre as compactas (*) é a possibilidade de usar modos de exposição avançados. A exposição consiste, em termos muito simples, na quantidade de luz que entra no sensor através da lente. Esta quantidade é controlada, no essencial, por dois meios: a abertura e a velocidade do disparo. Não vou entrar aqui em explicações exaustivas, porque não é esse o objectivo deste blogue; o que interessa aqui é saber que o fotógrafo (ou aspirante a fotógrafo) pode controlar estes valores através dos chamados modos avançados.
O leitor não iniciado fará o favor de observar o topo de uma câmara reflex ou Micro Quatro Terços (*) e verificará que, em todas elas, existe um comando rotativo de onde constam as posições P, A, S e M. Na linguagem da Canon e da Pentax, isto equivale a P, Av, Tv e M. Também existe um modo inteiramente automático, normalmente chamado AUTO, mas este é para patetas. Com efeito, não imagino ninguém que gaste mais de €500 numa câmara para fotografar sempre em modo automático. Quem o fizer estará a aproveitar 5% das potencialidades da câmara.
Vamos ver, sumariamente, em que consistem estes modos avançados. Notem que eu descobri tudo isto à minha própria custa, pelo que pode faltar o desenvolvimento sistemático dos assuntos que só o conhecimento teórico confere de modo adequado. A leitura deste blogue não dispensa a consulta de obras avançadas ou, preferencialmente, a frequência de um curso de fotografia.
1. Modo P (Program, Programmed Auto Exposure)
O mais elementar dos quatro modos de controlo da exposição é o que corresponde à posição P. Em P, o fotómetro (o dispositivo que «lê» a luz que entra pela lente) regula automaticamente os valores da abertura e velocidade do disparo. Este é o mais simples dos modos avançados. Quase basta ligar a câmara, apontar e disparar.
O leitor mais astuto estará, neste momento, a interrogar-se qual a diferença deste modo em relação ao automático. Bom, esta é uma pergunta pertinente. A diferença é que, em P, estão ao alcance do utilizador regulações que o modo automático não permite. Em P pode escolher-se o equilíbrio dos brancos, a sensibilidade ISO, o modo de disparo e actuar a compensação de exposição. Algumas marcas oferecem opções suplementares para este modo: a Olympus Pen tem um modo intermédio (Ps, ou «Program shift») que permite aceder a funções dos modos mais avançados, designadamente a velocidade do disparo, mas esta função é supérflua porque é preferível seleccionar o modo S.
O que importa reter é que, embora o modo P seja o mais simples, ele permite o controlo das funções da câmara e, em consequência, uma maior liberdade criativa em comparação com o modo AUTO. É o modo indicado para quem começa a explorar as potencialidades de uma boa câmara digital, mas é apenas o primeiro degrau do acesso à enorme criatividade permitida pelas reflex e pelas câmaras Micro Quatro Terços (**).
(*) Algumas compactas avançadas, bem como as câmaras bridge, dispõem de comandos semelhantes: é o caso da Canon G12 e da Olympus XZ-1, entre outras.
(**) O desenvolvimento do sistema Micro Quatro Terços levou algumas marcas a apresentar alternativas. A Samsung e a Sony têm câmaras compactas com lentes intermutáveis, mas os seus produtos são sucedâneos patéticos das Olympus e Panasonic.
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