quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Tripé novo (3)

Fibra de carbono, uma cabeça de esfera... este conjunto tripé-cabeça é, em teoria, muito avançado. Importa, agora, saber se toda esta tecnologia resulta na prática - especialmente se vale a pena ter um tripé destes quando se tem uma câmara que pesa pouco mais de 400 gramas.
A resposta é um entusiástico sim. Mesmo que, com a sua capacidade de suportar 8 quilos, pareça sobredimensionado para a minha câmara, a verdade é que os ganhos são evidentes. O tripé é de uma estabilidade à prova de abalos sísmicos, mantendo a câmara firme mesmo quando se prime o botão do obturador para fazer a fotografia em lugar de usar o temporizador. Acabaram as dificuldades na focagem manual, e a resolução da imagem é superlativa.
O maior ganho, porém, está na precisão do manuseamento. Com a cabeça e a câmara apoiados num suporte estável, torna-se inacreditavelmente fácil encontrar o nivelamento correto e orientar a câmara. É esta característica - a sua extrema precisão - que melhor distingue este conjunto do tripé de alumínio que usava anteriormente: com este último, rodar a câmara panoramicamente era algo de aleatório que implicava verificar o nível sempre que alterava a direção em que a câmara estava apontada. O manuseamento da alavanca era complicado, implicando apertar e desapertar um manípulo pouco firme, cujo aperto era duvidoso e de resposta errática. Agora não restam dúvidas quanto à firmeza da fixação da câmara. Não tenho dúvidas - este tripé vai ser o único que vou usar até ao fim da minha carreira de fotógrafo amador. Nem que venha a ter a mais pesada das lentes, ou a câmara mais maciça, tenho um tripé estável, rígido e preciso que vai corresponder a todas as exigências - com as vantagens de não ser excessivamente pesado, nem demasiado volumoso quando recolhido. E tudo isto por um preço absurdamente baixo. Espero que as molas que prendem as secções das pernas do tripé não sejam tão frágeis quanto aparentam, porque este parece-me ser o único aspeto em que o fabricante optou por materiais baratos. Ainda não o testei em condições verdadeiramente exigentes, mas pelas experiências que fiz, tenho a certeza que não me vai deixar mal.
Nunca é demais mencionar a importância de um bom tripé. Sem ele, a fotografia noturna é impossível e obter imagens nítidas quando se fotografa com teleobjetivas grandes torna-se extremamente difícil. Um fotógrafo célebre, cujo nome não me lembra agora, disse que o tripé é o melhor amigo do fotógrafo. Poderia concordar, mas na verdade o meu melhor amigo é um tipo chamado Luís, de Leiria, que conheci na faculdade há quase trinta anos. (Tantos quantos os que espero que o meu tripé novo dure.) Mesmo se aquela citação é uma hipérbole, a verdade é que o tripé é muito mais que um acessório. Tal como já aconselhei em relação às câmaras, digo agora o mesmo quanto ao tripé: comprem o melhor que puderem. E tenham em mente algo que aprendi com esta aquisição: a marca não é tudo. Mais vale um Triopo bom que um Manfrotto fraquinho. 

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