sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Telescopia (3)


Hoje pude fazer o primeiro teste em condições normais (i. e. fora de casa) da minha supertelefoto, a Vivitar 75-300. As  minhas primeiras impressões foram, felizmente, confirmadas: esta lente é muito boa. Contudo, para a usar conveniente, são necessários alguns cuidados. Antes de mais, esta lente requer um tripé muito sólido. Apesar do que referi quanto à sua utilização sem tripé, segurando a câmara e lente com as mãos, ser globalmente verdade, quando se exige uma focagem precisa o tripé é obrigatório. E não pode ser um tripé qualquer: esta lente pesa qualquer coisa como 690g, pelo que tem de ser usado um tripé sólido e estável.
O que me conduziu à grande decepção do dia - o meu tripé não serve para esta lente. É demasiado instável: o mais pequeno toque fá-lo vibrar. Não há aperto que lhe valha, é uma questão estrutural. O tripé funciona muito bem com a Pancake, e mesmo com a 40-150, que é bastante leve, mas com as lentes OM (e a Vivitar é uma lente OM, apesar de não ser uma Olympus), a cujo peso acresce o do adaptador, o resultado é desastroso. É impossível colocar a câmara na vertical, porque o conjunto desliza sempre para baixo - por mais que aperte o perno que liga o tripé à câmara. Devo sublinhar que não estendi as pernas do tripé por completo, nem ergui a coluna. Lamentável. Se tivesse dinheiro, compraria um tripé novo amanhã mesmo.
Mesmo assim foi possível fazer algumas fotografias com boa nitidez. A minha impressão definitiva é que esta é uma lente honesta e competente que faz o que se lhe pede. A escassez da abertura mal se faz sentir e, mesmo que perturbe, há sempre a possibilidade (não muito aconselhável) de subir o ISO para manter velocidades de disparo rápidas. É uma lente que reage muito bem às diferentes condições de luz e favorece grandes contrastes - o que me agrada -, embora por vezes me pareça tender para a sobre-exposição, especialmente quando se usam aberturas amplas. A sua profundidade de campo é espectacular, sendo possível obter fundos desfocados mesmo quando o objecto a focar está a distâncias consideráveis. E não requer aberturas excessivamente estreitas para focar na máxima profundidade, o que facilita a tarefa de fotografar objectos muito distantes.
Esta lente esmaga a 40-150, a despeito de ter o dobro da distância focal máxima. É melhor em tudo, menos no peso e na ausência de focagem automática. Os únicos verdadeiros reparos que lhe faço são o facto de ser tão difícil de focar e a tendência, que já referi, para a sobre-exposição. O ponto ideal de nitidez é muito pequeno; se se rodar o anel de focagem um micron que seja para um ou para o outro lado, a fotografia fica irremediavelmente desfocada. E quanto mais estreita for a abertura, pior. Na verdade, isto é consequência de uma profundidade de campo extremamente reduzida, e não um pode ser considerado um defeito. E não é uma lente para usar na abertura máxima, pois tem uma certa tendência, sob condições de luz abundante, para sobre-expor. Mas o mesmo pode ser dito de todas as lentes do mundo, suponho...

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