A cabeça (modelo NB-2S) é também de marca Triopo, mas evoca furiosamente um modelo da Benro, o B-2, que por sua vez é uma imitação das Arca-Swiss. Talvez seja um modelo económico ou uma versão OEM, não sei. Sei que é uma peça de equipamento fotográfico extremamente interessante. É uma cabeça de esfera, i. e. uma rótula que roda em todas as direcções dentro de uma manga metálica. Os materiais usados são o alumínio e o magnésio. Apesar de pequena, esta cabeça é incrivelmente sólida e pesada, o que anula a vantagem da leveza do tripé mas contribui para a impressão de enorme robustez do conjunto. A carga máxima é de 8 quilos, o que é mais que suficiente para uma câmara de médio formato - quanto mais para uma Olympus E-P1. A câmara é fixada a uma placa metálica por meio de um parafuso que, infelizmente, é apertado com recurso a uma moeda - e esta tem de ser, no máximo, de 2 cêntimos: qualquer moeda mais larga pode danificar o parafuso, cuja ranhura é demasiado estreita. Contudo, a fixação é extremamente rígida e segura, embora não evite que a câmara deslize para baixo quando tento fotografar na vertical com a lente Vivitar 75-300 montada. A placa, por seu turno, é fixada na cabeça encaixando entre duas calhas, fazendo baixar um pino de segurança que fixa a placa no lugar e apertando a alavanca do topo (ver imagem acima). O único problema de que me apercebi, descontada a estreiteza da ranhura do parafuso de fixação da câmara à placa, é a qualidade da pintura, que surge rugosa em alguns pontos. Podia ser melhorada, mas não é nada de indecente. A pintura do Gordon, o meu flash (o seu nome verdadeiro é Olympus FL-14) é bem pior, com uma textura de casca-de-laranja difícil de aceitar num flash que custa €200.
A operação é fácil e intuitiva. A cabeça é atarraxada ao tripé e os movimentos da câmara são controlados através de duas pequenas alavancas. Apesar de, tal como o tripé, não haver manual de instruções (o que explica, em parte, o preço ridiculamente baixo de €55,00), aprendi facilmente a manuseá-la. A sua construção de esfera - o mesmo princípio aplicado nos cardans dos semi-eixos dos automóveis de tracção dianteira - faz com que o nivelamento seja inacreditavelmente fácil, com a vantagem suplementar de eliminar a necessidade de jogar com a altura das pernas do tripé para obter o nível correcto. Um corte na manga permite a colocação da câmara na vertical, o que é de enorme utilidade para mim, que fotografo muito frequentemente nesta posição. Uma vez encontrada a colocação ideal para a câmara, um simples aperto da alavanca (do lado direito na imagem acima) bloqueia a esfera de forma estável e segura. Quando peguei nesta cabeça pela primeira vez, tentei deslocar a esfera depois de apertada. Por muita força que aplicasse, não consegui movê-la um milímetro.
Para mudar o ângulo no qual se quer fotografar, basta aliviar ligeiramente a alavanca inferior e rodar a cabeça. Esta desloca-se suavemente e sem alterar o nível vertical da câmara, o que é de uma utilidade incomensurável. O meu tripé anterior prestava-se a alterações no nivelamento da câmara sempre que rodava a cabeça; com esta, é possível fazer panning com a câmara montada no tripé. Esta característica deve resultar muito bem com fotografias tiradas em modo panorâmico.
Esta cabeça tem a simplicidade das coisas geniais. O seu funcionamento não podia ser mais simples e, a despeito desta simplicidade, a câmara permanece segura e estável em todas as circunstâncias, e pode ser orientada sem qualquer dificuldade e com uma precisão tremenda. Não sei que mais se pode pedir de uma cabeça de tripé. A simplicidade e eficácia desta cabeça lembra-me os braços para gira-discos da Rega - entre eles o famoso RB300 -, que, apesar de simples e económicos, são tão bons que podem ser montados em gira-discos de milhares de euros sem comprometer a qualidade sonora, e são desprovidos de complicações desnecessárias. Aceito que os utilizadores de câmaras grandes possam querer alavancas maiores para tornar mais fácil a orientação da câmara, mas as existentes são perfeitamente operáveis, precisas e seguras.
Concluo que, afinal, isto de se venderem cabeças e tripés separados não é nada destituído de sentido. Pelo contrário.
Para mudar o ângulo no qual se quer fotografar, basta aliviar ligeiramente a alavanca inferior e rodar a cabeça. Esta desloca-se suavemente e sem alterar o nível vertical da câmara, o que é de uma utilidade incomensurável. O meu tripé anterior prestava-se a alterações no nivelamento da câmara sempre que rodava a cabeça; com esta, é possível fazer panning com a câmara montada no tripé. Esta característica deve resultar muito bem com fotografias tiradas em modo panorâmico.
Esta cabeça tem a simplicidade das coisas geniais. O seu funcionamento não podia ser mais simples e, a despeito desta simplicidade, a câmara permanece segura e estável em todas as circunstâncias, e pode ser orientada sem qualquer dificuldade e com uma precisão tremenda. Não sei que mais se pode pedir de uma cabeça de tripé. A simplicidade e eficácia desta cabeça lembra-me os braços para gira-discos da Rega - entre eles o famoso RB300 -, que, apesar de simples e económicos, são tão bons que podem ser montados em gira-discos de milhares de euros sem comprometer a qualidade sonora, e são desprovidos de complicações desnecessárias. Aceito que os utilizadores de câmaras grandes possam querer alavancas maiores para tornar mais fácil a orientação da câmara, mas as existentes são perfeitamente operáveis, precisas e seguras.
Concluo que, afinal, isto de se venderem cabeças e tripés separados não é nada destituído de sentido. Pelo contrário.
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