segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Mirrorless da Canon e mais novidades

Hoje a Canon apresentou a G1X, a sua ideia de como deve ser uma câmara mirrorless. A G1X tem um sensor mais ou menos do tamanho 4/3 (Olympus, Panasonic), é pequena e transportável, tem controlos manuais, mas tem uma lente fixa. Pior ainda, essa lente tem uma abertura, no máximo de zoom (112mm), de f5,8. Suponho que o que a mensagem que a Canon quis transmitir, com esta câmara, foi algo como se queres fotografias de qualidade, compra uma das nossas reflex. Que é exactamente o que a Nikon quis dizer aos compradores quando lançou a sua série 1 com o seu sensor minúsculo. Em ambos os casos, trata-se de exercícios cínicos de fabricantes que começam a ver o seu domínio ameaçado - pelo menos no longo termo. No caso da Canon, não me parece que esta seja uma câmara mirrorless: é uma compacta. As suas rivais não são a Olympus E-P3 nem a Panasonic GX1: são as Sigma DP-1 e DP-2. Só vejo um tipo de compradores para esta câmara: fotógrafos profissionais que querem uma câmara com boa qualidade de imagem que caiba no bolso das calças.
Bem mais excitante é a FujiFilm X-Pro1. Esta sim, é uma câmara mirrorless com tudo para interessar o entusiasta: comando manual da abertura e da velocidade do obturador, um visor híbrido, lentes intermutáveis, um sensor que, ao que se diz, é revolucionário, e uma gama de três lentes prime, todas elas bem rápidas. Se eu fosse muito rico - o corpo vai custar $1700 USD - e não estivesse tão comprometido com o sistema micro quatro terços, esta seria a minha próxima câmara. É a Leica, não digo dos pobres, mas dos remediados. Só é pena não ter o acabamento metálico da X100, mas mesmo toda preta tem toneladas de classe.
Por falar em micro quatro terços: de acordo com um site de rumores, a Olympus vai apresentar uma nova câmara micro quatro terços já em fevereiro. Ao que parece, terá um visor incorporado - finalmente alguém na Olympus percebeu que ficavam a perder na comparação com a Sony NEX-7 e, agora, com a nova Fuji - e, curiosamente, diz-se que terá linhas inspiradas na fabulosa Olympus OM-1. Mal posso esperar. Oxalá não seja exageradamente cara.
Entretanto, a Sigma entrou no mercado das lentes micro quatro terços com duas prime - uma de 19mm e outra de 30mm. Ambas com abertura máxima de f2.8. Com a minha pancake 17mm/f2.8 e a OM 28mm/f3.5, posso dizer que não preciso de nenhuma delas. Num meio onde se exigem lentes cada vez mais rápidas, não me parece que f2.8 seja um bom argumento de vendas. Estas lentes precisam de ter uma qualidade de imagem acima da média para justificar a sua compra. Em todo o caso, se uma marca como a Sigma aposta no micro 4/3, tal não pode deixar de significar que este é um formato com futuro.
A Nikon, que não está muito interessada em que o conceito mirrorless se desenvolva e concorra com as suas DSLR, apresentou a D4, uma câmara full frame profissional. Embora não duvide que é uma câmara superlativa - um verdadeiro maquinão -, entendo que a sua aquisição apenas se justifica se se for um fotógrafo profissional cujo trabalho envolva um grau extremo de exigência em matéria de qualidade de imagem e rapidez. Seria um disparate se um amador comprasse uma destas câmaras - a menos, evidentemente, se esse amador fosse o Sultão do Brunei. Quer dizer: se o Sultão do Brunei comprasse uma câmara destas, seria um disparate na mesma, mas esse, ao menos, pode comprar as câmaras que quiser. Se gostar de fotografar, claro.

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