Se pudesse ter uma câmara feita à medida, só para mim, seria uma DSLR pequena e transportável, como a Olympus Pen FT d'antanho, mas digital. Digital porque não quero ter incerteza nos resultados nem despesa com revelações, e quero ter o nível de controlo que as câmaras digitais e a edição da imagem me dão. Esta câmara não seria uma mirrorless: teria um sistema engenhoso de espelho e porroprisma, como a Olympus E-330 ou a Pen FT, para conduzir a luz a um visor óptico, e teria o sensor Foveon da Sigma SD1. Porque este é o sensor mais genial, e também o de maior resolução e o mais neutro e preciso na captação de cores. O processador podia ser o mesmo da SD1, ou então o TruePic VI das Olympus E-P3 e E-M5.
E seria totalmente despida de distracções, como os modos «criativos» das compactas, a detecção de olhos, os filtros artísticos e outras palermices que de nada servem a quem quer ter o controlo da imagem. Evidentemente, não teria vídeo. Para que é que as câmaras digitais têm vídeo? Quem gosta de vídeo deve comprar uma câmara de vídeo! Em contrapartida, teria os modos de exposição avançados, o célebre PASM. Talvez dispensasse o modo P, agora que praticamente não o uso por descobrir que tenho melhores resultados, na fotografia de rua (única circunstância em que usava o modo P), usando a prioridade à abertura. Evidentemente, teria controlo da medição e do equilíbrio dos brancos e fotografaria em formato raw e em JPEG. E talvez em DNG. Teria um visor óptico TTL, mas não teria flash incorporado, e teria um valor ISO baixo. O limite seria de 800 ou 1600, porque não preciso de mais. O que precisava era que o ruído de fundo (noise floor) fosse intrinsecamente baixo. Não me interessam valores ISO da ordem das centenas de milhar; interessa-me não ter nenhum ruído a ISO 100.
Por outras palavras: seria uma câmara minimalista, completamente orientada para a fotografia e capaz de imagens da mais alta qualidade. É evidente que esta seria uma câmara cara, porque a sua procura seria reduzida - possivelmente só teria um comprador: eu... - e seria impossível realizar economias de escala. Quanto às lentes, podia ter uma baioneta Canon: deste modo teria uma verdadeira cornucópia de boas lentes ao meu dispor: Canon, evidentemente, mas também Sigma, Tokina e Tamron.
E o corpo? Este estaria algures entre a Fujifilm X-Pro 1 e a Leica M9. Mais elegante do que a primeira - e menos descaradamente «pequena Leica» - e mais compacta que a segunda. Os leitores mais atentos terão reparado que seria uma falsa rangefinder, porque, apesar de ter os princípios ópticos de uma DSLR, o visor situar-se-ia no lado superior esquerdo do painel traseiro. A minha câmara - eu não teria dinheiro para a comprar, mas decerto oferecer-me-iam uma ou duas por ter sido o seu conceptor... seria feita de metal branco, evidentemente, e revestida de couro preto. Bonita e elegante como eram as câmaras do início dos anos 70, antes das obsessões ergonómicas que redundaram nas linhas derretidas das DSLR actuais.
Sonhos...
2 comentários:
Meu caro Manuel tb quero uma dessas.
grouchomarx
Se formos muitos talvez consigamos convencer um fabricante a fazê-la...!
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