Ultimamente tenho feito muita daquela a que se convencionou chamar fotografia de rua: cenas da cidade e de episódios, por vezes insignificantes, da vida das pessoas. Um género que, apesar de ter caído em desuso junto das audiências e de uma boa parte da comunidade fotográfica, continua a despertar-me interesse. Basta dizer que as minhas maiores referências e inspirações são as dos fotógrafos de rua.
Em textos anteriores, referi-me por diversas vezes ao carácter espontâneo e natural destas fotografias, em que a pose ou o mero olhar para a câmara são proibidos; aludi à necessidade de capturar momentos fugidios que não duram um segundo, e tudo isto é certo e verdadeiro. Contudo, devo também referir que há técnicas que implicam outra abordagem: em lugar da rapidez e da espontaneidade, também é possível usar a paciência para fazer boas fotografias de rua.
É possível, com efeito, encontrar um bom plano de fundo ou um bom enquadramento e, pura e simplesmente, esperar até que uma pessoa (ou pessoas) passe e atinja um determinado ponto no enquadramento, disparando-se nessa altura. Eu sei que alguns verão neste estratagema a negação da essência da fotografia de rua, ao roubar-lhe a sua espontaneidade, mas nem por isso as fotografias assim obtidas deixam de ser interessantes. Pelo contrário: é uma abordagem tão válida como surpreender alguém numa certa «pose» e fotografar esse instantâneo. Até pode acontecer que, usando a técnica que descrevi, se tenha a sorte de a pessoa enquadrada fazer qualquer coisa que confira ainda mais interesse à fotografia.
E não me parece que isto seja contrário aos princípios (não escritos) da fotografia de rua. A Derrière la Gare de St. Lazare foi obtida assim, e ninguém discute ser fotografia de rua. Se HCB pôde, por que não podemos nós?
E agora para algo completamente diferente. No sábado passado resolvi usar um pequeno estratagema para melhorar ainda mais a resolução da imagem. Eu tinha a minha câmara configurada para fotografar na relação de aspecto 3:2. Não gosto da configuração 4:3 que a minha câmara usa por defeito, a qual é comum a todas as câmaras com sensores 4/3 e a todas as compactas. O 3:2 é um formato muito mais natural e com o qual tenho mais familiaridade; é, do ponto de vista visual, mais agradável. Contudo, configurar a câmara para fotografar em 3:2 rouba um pouco de resolução à imagem, porque suprime uma porção desta (ou, mais exactamente: duas porções: uma superior e outra inferior, ou as bordas esquerda e direita nas fotografias verticais). Deste modo, agora fotografo em 4:3 - esta recomendação só se aplica a quem tiver câmaras 4/3, e desde que estas permitam a escolha da relação de aspecto - e recorto a imagem para 3:2 na edição. Acresce que assim tenho mais escolha quanto ao que deve ou não ficar de fora do enquadramento, porque a imagem a processar é maior em área.
É possível, com efeito, encontrar um bom plano de fundo ou um bom enquadramento e, pura e simplesmente, esperar até que uma pessoa (ou pessoas) passe e atinja um determinado ponto no enquadramento, disparando-se nessa altura. Eu sei que alguns verão neste estratagema a negação da essência da fotografia de rua, ao roubar-lhe a sua espontaneidade, mas nem por isso as fotografias assim obtidas deixam de ser interessantes. Pelo contrário: é uma abordagem tão válida como surpreender alguém numa certa «pose» e fotografar esse instantâneo. Até pode acontecer que, usando a técnica que descrevi, se tenha a sorte de a pessoa enquadrada fazer qualquer coisa que confira ainda mais interesse à fotografia.
E não me parece que isto seja contrário aos princípios (não escritos) da fotografia de rua. A Derrière la Gare de St. Lazare foi obtida assim, e ninguém discute ser fotografia de rua. Se HCB pôde, por que não podemos nós?
E agora para algo completamente diferente. No sábado passado resolvi usar um pequeno estratagema para melhorar ainda mais a resolução da imagem. Eu tinha a minha câmara configurada para fotografar na relação de aspecto 3:2. Não gosto da configuração 4:3 que a minha câmara usa por defeito, a qual é comum a todas as câmaras com sensores 4/3 e a todas as compactas. O 3:2 é um formato muito mais natural e com o qual tenho mais familiaridade; é, do ponto de vista visual, mais agradável. Contudo, configurar a câmara para fotografar em 3:2 rouba um pouco de resolução à imagem, porque suprime uma porção desta (ou, mais exactamente: duas porções: uma superior e outra inferior, ou as bordas esquerda e direita nas fotografias verticais). Deste modo, agora fotografo em 4:3 - esta recomendação só se aplica a quem tiver câmaras 4/3, e desde que estas permitam a escolha da relação de aspecto - e recorto a imagem para 3:2 na edição. Acresce que assim tenho mais escolha quanto ao que deve ou não ficar de fora do enquadramento, porque a imagem a processar é maior em área.
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