Hoje, 14 de Dezembro, era o dia que a Tokyo Stock Exchange fixara para que a Olympus Corporation apresentasse o balanço rectificado relativo ao primeiro semestre deste ano. Os resultados demonstrados deveriam reflectir as perdas que haviam sido encobertas através das aquisições e honorários suspeitos, e a Olympus cumpriu. Se não o tivesse feito até hoje, teria sido excluída da cotação, o que teria sido catastrófico. Evitou assim, por agora, a exclusão da bolsa de Tóquio, mas isto não significa que não possa vir a ser excluída se forem detectadas irregularidades graves - mas, pelo menos para já, essa possibilidade está afastada. Resta agora saber o que vai acontecer com o actual conselho de administração, cuja exoneração é necessária para restabelecer a confiança na companhia, e se Michael C. Woodford, o CEO que foi despedido por ter denunciado o escândalo, vai voltar a exercer as funções.
As perdas resultantes do exercício do primeiro semestre de 2011 foram de USD $414.000.000 (já reflectindo as perdas encobertas ao longo dos exercícios anteriores), o que não é uma quantia modesta, mas as acções têm vindo a subir progressivamente: depois de terem perdido 80% do valor nas duas semanas após o despedimento de Michael Woodford, valem agora metade do que valiam antes de o escândalo se tornar conhecido, o que significa que recuperaram cerca de 30%.
Talvez seja por este optimismo moderado que a Olympus lançou uma nova lente para o formato Micro Quatro Terços: a M.Zuiko Digital 12-50 f3.5-6.3. É uma lente que ninguém queria, e que apenas pode fazer sentido se substituir a execrável 14-42. Por um lado, é demasiado lenta na distância focal maior: com uma abertura de 6.3 e um volume tão avantajado - esta lente não é retráctil como a 14-42 -, vai obrigar a usar velocidades de disparo lentas e um tripé sempre que se quiser fotografar a 50mm. Mesmo na distância focal mínima de 12mm, a abertura de 3.5 não é nada de especial. Esperava que esta lente fosse uma versão para Micro Quatro Terços da lente 12-60 f2.8-4.0 que a Olympus fabrica para as DSLR, pelo que fiquei um pouco decepcionado. O facto de ter zoom motorizado não me impressiona, tal como a presença de um modo macro: fazer macro a 20 cm de distância não me parece assim tão interessante. As únicas vantagens são o facto de ser relativamente barata - €400,00 -, ter uma distância focal mínima de ultra grande-angular e ser à prova de água. Esta última característica também não me impressiona por aí além: significa apenas que tem um anel de borracha na baioneta, protegendo o interior da câmara de poeiras e humidade - mas pode prenunciar o lançamento de uma nova câmara da família PEN resistente à água, o que pode ser uma boa notícia: será a «PEN Pro» de que tanto se fala? Não faz sentido lançar uma lente resistente à água para um sistema de câmaras que não o é, pelo que parece que a Olympus está a lançar pistas sobre mais qualquer coisa ao apresentar esta lente. Vamos esperar...
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